

CIM e Incubadora Tecnológica estão entre as entidades que ajudaram no fomento do projeto
As empresas com Patentes Verdes comprovam sua contribuição ao meio ambiente, ao amenizarem as severas mudanças climáticas globais, promovendo impactos positivos e tornando a vida mais sustentável. A iniciativa é do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que também possibilita a identificação de novas tecnologias que possam ser rapidamente usadas pela sociedade, estimulando o seu licenciamento e incentivando a inovação no país. Com a concessão da patente, o inventor tem exclusividade para produzir e para comercializar a tecnologia, por tempo determinado. Em Maringá, a LZ Energia é uma das primeiras empresas a receber a patente pelo programa de Patentes Verdes.
A empresa está na Incubadora Tecnológica de Maringá há dois anos. Ao longo desse período, a entidade, em parceria com o Centro de Inovação de Maringá (CIM), promoveu ações para disseminação do tema propriedade intelectual. A primeira delas aconteceu em setembro de 2018, com o tema “Inovação para desenvolvimento de Tecnologias Verdes”. A ação foi ministrada por Douglas Alves Santos, professor e pesquisador em propriedade industrial, ex-coordenador adjunto do Programa piloto Patentes Verdes do INPI-BR. A segunda foi um workshop de 16h realizada em novembro de 2019. Desta vez, Douglas tratou sobre “Patentes: uso estratégico para o desenvolvimento e inovação”.
Para Marcelo Braga, gerente executivo do CIM, disseminar informações sobre propriedade intelectual para startups e empresas que buscam inovação é fundamental. “É por isso que buscamos articular com parceiros ações que beneficiam todo o ecossistema de inovação. O INPI foi um grande parceiro nesse processo, bem como o NIT-UEM e a Comissão de Propriedade Intelectual da OAB-PR”. Douglas Alves Santos complementa sobre a importância da propriedade intelectual e do programa de patentes verdes. “Nossa ambição é que o Programa de Patentes Verdes possa orientar o desenvolvimento da indústria nacional, servindo de estímulo ao desenvolvimento sustentável, transferência de tecnologia e a comercialização destas tecnologias verdes”. O servidor salienta que Maringá atua no modelo hélice quíntupla de inovação, pois diversos atores se relacionam e proporcionam avanços no desenvolvimento tecnológico aliado ao desenvolvimento sustentável: “Existe um cenário propício para se pensar o Verde em Maringá, com a união de empresas, governo, centros de pesquisa e sociedade civil participando das discussões de inovação com lastro nas questões do meio ambiente”. E finaliza falando da parceria estabelecida entre Maringá e INPI: “desejamos que a parceria com Maringá permaneça e cresça, o fortalecimento das disseminações e capacitações vão produzir cada vez alinhamento do sistema de propriedade intelectual ligado a questões ambientais”.
LZ Energia
O projeto nasceu durante uma pesquisa no curso de Engenharia Química da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Os responsáveis pela conquista são Igor Z. Zanella, Franco Leonardi e Nikolas F. de Souza, engenheiros químicos e pesquisadores na área de biocombustíveis, hidrogênio e energias renováveis.
A proposta da LZ é oferecer uma tecnologia que adiciona hidrogênio e oxigênio ao combustível diesel, ocasionando a maior eficiência na queima e consequente economia de combustível em caminhões, e ainda, a diminuição de emissão de poluentes ao meio ambiente. Tudo acontece por meio de um Hardware, objeto da patente BR102017025887-4.
A ideia só saiu do papel após submeterem o projeto no edital do Sibratecshop, programa de iniciativa do Sebrae/PR, com o intuito de fomentar negócios inovadores que necessitam realizar prototipagem rápida de seus produtos. Assim, a LZ Energia recebeu seu primeiro financiamento, sendo possível criar o primeiro protótipo. Foi então, após o primeiro protótipo, que a startup foi admitida na Incubadora Tecnológica de Maringá. A empresa também conseguiu obter recursos para o depósito da patente por meio do programa Sebraetec.
“Nações desenvolvidas utilizam o sistema de propriedade intelectual de forma constante e estratégica, patentes e também outros ativos são fundamentais para decisões de investimento. Infelizmente, aqui no Brasil, nossas empresas ainda sabem muito pouco ou desconhecem o assunto. Nas Startups a importância é ainda maior, pois muitas vezes é o único bem que a empresa possui e que pode ser perdido por simples desprezo da proteção. Por isso, deve ser atribuição das incubadoras e de outras entidades de apoio, a conscientização e orientação para o assunto”, afirma Edmila Denig, empresária e procuradora que conduziu o processo da empresa LZ Energia.
Cerimônia
Para marcar a conquista, foi realizada, em dezembro, uma cerimônia simbólica, com as devidas prevenções de contágio por COVID-19. No ato, os representantes da LZ Energia receberam a Carta Patente.

Na foto (da esquerda pra direita): Marcelo Farid, assessor de Inovação da UEM; José Roberto Pinheiro de Melo, vice-presidente da Incubadora Tecnológica de Maringá; Edson Scabora, vice-prefeito de Maringá; Carlos Walter, presidente da Incubadora Tecnológica de Maringá e presidente da FIEP-PR; Edmila Denig, advogada e especialista em propriedade intelectual; Igor Zanella e Nikolas Ferreira, fundadores da LZ Energia; Rafael Silva, secretario de Inovação da Prefeitura de Maringá; Nickolas Kretzmann, gestor de inovação e startups do SEBRAE e Marcelo Braga, gerente executivo do CIM.
Missão
De acordo com Marcelo Farid, diretor da Incubadora Tecnológica de Maringá, a missão da entidade é incentivar a realização de registro de propriedade intelectual quando isso traz benefícios econômicos às empresas e, consequentemente, para toda sociedade. “Isso acarreta um maior valor da empresa, maior participação de mercado e possibilidade de melhor rentabilidade. É importante observar, nesses casos, que as patentes são uma ferramenta de aumento de competitividade, pois o desenvolvimento que vai ser explorado comercialmente vai ser menos sensível a concorrência”, finaliza.