02.07.25

CCA firma acordo de cooperação com entidades do agronegócio

CCA firma acordo de cooperação com entidades do agronegócio

O Centro de Ciências Agrárias (CCA) e o hub de inovação Inova Agro firmaram, na manhã de segunda-feira (30), no Bloco J45, um acordo de cooperação técnica com empresas, cooperativas agroindustriais e representantes do setor produtivo ligados ao agronegócio. A iniciativa busca unir todos os envolvidos no setor agropecuário para desenvolver tecnologias, produtos e serviços para solucionar problemas reais do campo.

 
Segundo o chefe do Departamento de Zootecnia, professor Leandro Dalcin Castilha, o evento simboliza o compromisso do CCA com o fortalecimento do agro. “A formalização da parceria reforça a missão de uma universidade em transformar conhecimento em soluções práticas, qualificando profissionais para atender às demandas do setor”, afirmou. Ele ressaltou que, por meio do ensino, da pesquisa, da extensão e da prestação de serviços, a colaboração entre academia e setor produtivo tende a se tornar ainda mais próspera.
 
Castilha apresentou um panorama dos cursos e da estrutura do CCA, destacando a excelência na formação em todos os níveis, a inserção internacional da UEM e o papel das entidades estudantis no desenvolvimento humano. “Temos aqui as peças de xadrez, mas elas estão embaralhadas. Precisamos colocá-las no tabuleiro e, com estratégia, avançar em soluções reais para os problemas do campo”, comparou. Ele sugeriu transformar o encontro em um fórum anual ou bienal de diálogo entre academia e setor produtivo.
 
O pró-reitor de Administração, Ademir Massahiro Moribe, reforçou a importância do papel de uma universidade na geração e aplicação do conhecimento nas ciências agrárias. “Somos produtores de conhecimento para o setor agropecuário, e também usuários dos produtos que se derivam desse setor”, destacou, lembrando que alimentos das fazendas da UEM abastecem o Restaurante Universitário e o Hospital Universitário. “O leite que sai das nossas fazendas, por exemplo, é fornecido ao HU, reforçando a segurança alimentar e o compromisso social da instituição.” 
 
Para o diretor do CCA, professor Carlos Alberto de Bastos Andrade, o setor do agronegócio é a essência do centro. “O agro é a nossa vida. Seja em pequena, média ou grande escala, nossa missão é gerar conhecimento, formar profissionais e criar soluções para todo o setor. Como centro de ensino público, estamos de portas abertas para continuar produzindo ciência e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social”, declarou.  
 
O secretário municipal de Trabalho, Renda e Agricultura Familiar (Setrab), Rogério Aparecido Bernard, ressaltou a importância do agronegócio como motor econômico dos pequenos municípios da região e valorizou a atuação da UEM, por meio dos cursos que compõem o CCA, no fortalecimento do setor. “As pequenas cidades são movidas pelo agro. Essa parceria e esse reconhecimento que a UEM tem dado ao setor são fundamentais para melhorar a produção e, consequentemente, a renda das comunidades locais”. Bernard ressaltou ainda que o compromisso da universidade com o agronegócio impacta positivamente não só Maringá, mas toda a região.
 
O chefe do Departamento de Agronomia, professor Robinson Luiz Contiero, salientou que os alunos do curso são preparados para atuar em todas as escalas de produção. “Temos professores especialistas em todas as áreas do agro, desde commodities até horticultura orgânica. Atualizamos constantemente a grade curricular para responder às demandas do setor”, explicou. Ele citou, como exemplo, um projeto de extensão voltado ao cultivo de pimentas como alternativa de renda para pequenos produtores.
 
A coordenadora do Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) da UEM, Keila de Souza Silva, enfatizou o papel inovador do CCA. “Além de ensino, pesquisa e extensão, o CCA também promove inovação. Desenvolvemos soluções transferíveis para empresas, incentivamos o empreendedorismo e firmamos parcerias com o setor produtivo”, disse. Keila também mencionou iniciativas para reduzir a burocracia e ampliar a segurança jurídica nas colaborações com empresas. “Quando o aluno participa de projetos com cooperativas e empresas, ele se aproxima da realidade e surgem soluções inovadoras”, destacou.
 
Já o presidente do Inova Agro, Edwaldo Formentão Junior, valorizou a atuação da UEM e seus cursos voltados à agropecuária, como ponte entre o conhecimento e o mercado. “O conhecimento que se produz aqui é sensacional, extrapola em tamanho, e quando é colocado à disposição do mercado nos provoca a sermos empresas melhores, com processos e soluções melhores”, afirmou. Para Formentão, o trabalho realizado no CCA inspira mudanças concretas. “Tenho certeza de que já temos profissionais no mundo representando essa instituição.”
 
O chefe do Núcleo Regional da Secretaria de Agricultura e Abastecimento (Seab) em Maringá, Jucival Pereira de Sá, emocionou-se ao defender o agro como base da produção de alimentos e desenvolvimento regional, ressaltando sua trajetória pessoal ligada ao campo. “O nosso negócio é produzir comida com sustentabilidade. Não importa o tamanho da propriedade: queremos que todos tenham dignidade e orgulho do que fazem”, salientou. Jucival destacou ainda a parceria com a UEM em ações como o Centro de Tecnologia de Irrigação e elogiou a universidade pela formação de profissionais que hoje atuam em todo o Brasil. “Tenho muito orgulho de ter feito Zootecnia na UEM e de ver ex-alunos atuando em todo o Brasil.”
 
Representando os pequenos e médios produtores, o professor Ednaldo Michelon, coordenador do Programa Paraná Mais Orgânico (PMO) e do Centro de Referência em Agricultura Urbana e Periurbana (Ceraup/UEM), defendeu o papel social da universidade na promoção da segurança alimentar. “A UEM está aqui para produzir o contraditório. Seu papel é formar, pesquisar e estender conhecimento a todos, inclusive aos que produzem em menos de um hectare, que representam 72% da agricultura mundial”, ressaltou. Ele também destacou a força da agricultura urbana e das hortas comunitárias, que atendem mais de 1.500 famílias na região metropolitana de Maringá, como ferramenta concreta de combate à fome. “Temos que produzir esperança e exercitar a paciência pedagógica. A universidade precisa dialogar com todos os tipos de agricultores – do agronegocinho ao agronegocião”, finalizou.

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Neste ano, os cursos de Zootecnia e Agronomia do CCA completam, respectivamente, 50 e 48 anos de história. Juntos, já formaram cerca de 6 mil profissionais em nível de graduação e mais de 3 mil mestres e doutores, sendo que dois programas de pós-graduação do centro são avaliados como de excelência pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).